Fotos: Thiago Pinheiro
 
     Modelo global da Honda, esta pequena esportiva é importada oficialmente pela fábrica japonesa e vem da Tailândia.  É o mesmo que é comercializado no Japão, nos Estados Unidos e outras partes do mundo.  Para o consumidor brasileiro, passou por ajustes na suspensão, que ficou mais dura para se adaptar ao nosso solo, e no mapeamento do motor para se adequar ao nosso combustível.
 
     Foi lançada em abril deste ano e já é líder no seguimento, com mais de 34% das vendas.  Em setembro foram emplacadas 776 contra 220 da “Ninjinha” e 141 Kasinski Comet 250, lembrando que a Kawasaki já anunciou nova versão da “Ninjinha”.
     Leve, muito fácil de guiar e de excelente manobrabilidade, foi muito confortável usá-la em meu dia a dia.  Foram quase 1.500 km nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro, nas estradas que ligam as duas cidades e na pista de testes.
     Assim que sentei, percebi que minhas pernas se encaixaram perfeitamente no tanque, parecendo até que fora moldado para mim. Eu meço 1.70 m. O banco fica só a 78,4 cm do chão e a distância mínima do solo é de 14,5 cm.  Como as pedaleiras são um pouco recuadas, dá para deitar nas curvas sem que as mesmas toquem no chão.
     Com farol integrado à carenagem, tem design moderno, que se identifica com toda a linha Honda.  O desenho do painel remete ao do conjunto ótico dianteiro.
 
     O ajuste de suspensão e a posição de pilotagem não são “racing”, mas calibrados para o uso “street”.  É própria para quem quer uma utilização nas ruas com um visual esportivo.  A suspensão está mais para mole, mas oferece 5 regulagens para a mola traseira podendo deixá-la mais durinha no caso de pegar uma estrada boa.  A traseira é pro-link com 104 mm de curso, e a dianteira, garfo telescópico, com 130 mm de curso.  O chassi é do tipo Diamond de baixa torção e estrutura tubular com treliças.
     O motor é monocilíndrico com 249,6 cm³, DOHC (duplo comando de válvulas no cabeçote), 4 válvulas que abrem de duas em duas, com balancins roletados, pistão com contrapeso e refrigerado a água.  Este é o primeiro motor DOHC no mundo a utilizar balancins roletados.  A injeção é eletrônica PGMFI.
 
A potência é de 26,4 cv a 8.500 rpm, o torque é de 2,34 kgf.m a 7.000 rpm, a taxa de compressão é 10,7:1 e a relação diâmetro x curso do pistão é 76 x 55 mm.  A entrada e a saída do ar são feitas em um caminho o mais reto possível.  Com a circulação de ar mais rápida, a queima do combustível é também mais rápida.
 
     Ela é muito redondinha, muito gostosinha de pilotar.  Driblar o trânsito é extremamente fácil.  No retão em descida da pista de testes, chegou a 172 km/h e o que me impressionou, é que ela não mexe nada!  A estabilidade é fantástica.  Mesmo sendo uma moto leve, que pesa apenas 150 kg.  Fiquei com o tronco apoiado no tanque e  totalmente relaxada em cima dela.  Parecia até que eu estava no sofá de casa.  Não, não é exagero.  Isso é consequência da carenagem dupla que cria um fluxo de ar interno ajudando a ter excelente aerodinâmica.  No motor, os balancins roletados que suavizam a abertura e fechamento das válvulas e o pistão com contrapeso na parte inferior ajudam a diminuir a vibração.  Tive a impressão de estar em uma moto perfeita.  Deu até para amarrar minhas malinhas comodamente.
     Como tem seis marchas, a sexta é mais longa, permitindo que alcançasse a velocidade máxima sem cortar o giro.  No plano, alcançou 152 km/h a 9.100 rpm.  Em descida, 172 a 10.200 rpm.  Ele corta a 10.800.
     As velocidades em cada marcha foram as seguintes:
1ª – 52 Km/h
2ª – 82 Km/h
3ª – 112 Km/h
4ª – 132 Km/h
5ª – 158 Km/h
6ª – 172 Km/h
     O freio dianteiro é composto por disco único de 296 mm de diâmetro com pinça de pistão duplo.  O traseiro, por disco de 220 mm de com pinça de pistão simples.  E tem versão com Combined ABS, que pesa 4 kg.  Vem com aro 17” na frente e atrás.
 
     Tem essa toda preta e a branca com detalhes em vermelho e azul, parecida com a da equipe oficial da Honda, a HRC.  O preço sugerido é de R$ 15.490,00. A com C-ABS custa R$ 2.500 a mais e não tem a preta.
     O tanque de combustível tem capacidade para 13 litros de gasolina, mas como você pode ver abaixo, nunca utilizei os 13.  Com o consumo medido, deu uma média de quase 35 km/l na cidade e 28 km/l na estrada.  Na cidade, dá para fazer 440 km com um tanque.  E na estrada, se você andar em velocidade constante e giro baixo, dá para andar ainda mais.  A gasolina com que ela obteve melhor desempenho foi com a BR comum. Mas fique atento aos postos em que você abastece, pois nem sempre a gasolina é totalmente “original”.
| KM | KM RODADOS | LITRAGEM | CONSUMO km/l | $ | $/litro | GAS | USO | 
| 3427 | ------- | ------- | ------- | ------- | ------- | ------- | ------- | 
| 3704 | 277 | 7,98 | 34,71 | 22,33 | 2,799 | Br comum | cidade | 
| 3940 | 236 | 8,89 | 26,54 | 24,79 | 2,789 | v-power | cidade/estrada | 
| 4084 | 144 | 6,93 | 20,77 | 20,09 | 2,899 | Shel com | teste | 
| 4351 | 267 | 9,34 | 28,58 | 28,01 | 2,999 | Ipir adit | estrada | 
| 4568 | 217 | 7,42 | 29,24 | 22,19 | 2,999 | Br Supra | cidade/estrada | 
| 4740 | 172 | 7,66 | 22,45 | 22,22 | 2,89 | BR comum | estrada | 
| 4855 | 115 | ------- | ------- | ------- | ------- | ------- | ------- | 
     p.s.: o uso é sempre relativo à gasolina colocada anteriormente.
     p.s.2: note que em estrada ando com o giro mais alto, aproveitando a faixa onde está o maior torque e potência do motor, por isso o consumo é maior.
 
Confira a galeria completa aqui.