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VIAGEM-TESTE
por Suzane Carvalho
ARRAIAL DO CABO, NO LITORAL NORTE FLUMINENSE, AINDA PRESERVA SEUS ENCANTOS E SEGREDOS
Fotos: Suzane Carvalho

Havia muitos anos não ia a Arraial do Cabo. Escolhi este destino pensando que poderia me surpreender com o desenvolvimento do local. Por um lado isso aconteceu, já que as imensas dunas que existiam pelo caminho, e nas quais tanto brinquei em minha infância, já não se encontram lá, visto que a areia foi sendo retirada para utilização em construções. Muitos prédios foram construídos, inclusive na orla. Por outro, a beleza natural continua deslumbrante, principalmente em suas águas límpidas.

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BELEZA
Localizada no litoral fluminense esse balneário fica apenas 140 km da capital. Geograficamente, foi formado há aproximadamente um milhão de anos. Ventos e correntes marítimas fizeram com que três ilhas fossem incorporadas ao continente, onde hoje se encontram o Morro do Mirante, o Pontal do Atalaia e o Morro do Forno, em cuja parte baixa foi formada a Praia do Forno. Com acesso apenas a pé ou ou por barco e incrustada nas montanhas, é uma das mais belas da região. A vegetação é exuberante e a mata é preservada, com bromélias e cactos. São 500 metros de uma praia linda, com águas claras e esverdeadas, corais e areia branca. Há um restaurante flutuante que serve, claro, frutos do mar, cujo o acesso é possível apenas por barco.
O Pontal do Atalaia é um lugar totalmente mágico. Do alto você tem o mar aos dois lados e, caminhando até o final, a vista da imensa Ilha do Farol, onde os barcos param para mergulhos. Além de casas há também algumas pousadas que oferecem vista infinita para o mar. O Pontal do Atalaia faz parte do Parque Estadual da Costa do Sol e fica aberto inclusive à noite, sendo um dos lugares preferidos de casais de namorados.
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HISTÓRIA
A importância da cidade se dá não apenas pela estonteante beleza natural, mas também porque é parte importante da história da colonização brasileira.
Seus primeiros habitantes foram índios nômades, seguidos pelas tribos Tupi-Guarani, Tamoyos e os Tupinambás. Peixes, crustáceos, mandioca e carne resultante da caça, eram seus alimentos. A produção de cerâmica era um dos pontos fortes dessas tribos. A arqueologia indica que havia cerca de 50 aldeias e uma população entre 25 e 75 mil indígenas vivendo na região. Fico imaginando o que eles faziam nos mais de 48 km de areias brancas e macias da Praia Grande que vai em direção ao sul, até Saquarema, com a imensa lagoa a poucos metros.
Até que a expedição do navegador italiano Amerigo Vespucci, conhecido por nós como Américo Vespúcio, a serviço das cortes de Portugal e Espanha, desembarcou na Praia dos Anjos (antes chamada de Praia das Ramas), em sua segunda expedição à costa brasileira, após se dispersar do restante da esquadra que sofreu um naufrágio em Fernando de Noronha. E até hoje a Praia dos Anjos é a porta de entrada via marítima para Arraial do Cabo, pois lá esão a marina e o porto.
Ao chegar ao local, Vespúcio teria dito: "Se não cheguei ao paraíso, certamente estarei bem perto." Decidiu então construir um forte no local, onde deixou 24 homens com armas e mantimentos. Algumas ruínas permanecem até hoje e são acessíveis por trilha entre a Praia do Forno e a Prainha, que fica logo na entrada da cidade e já está totalmente urbanizada. Mas a água continua na cor verde clara e ela é bem rasa, talvez devido a estar entre duas montanhas.
A construção de Américo Vespúcio foi "a primeira feitoria no Brasil", com o objetivo de guarnecer o litoral. Começou então a se desenvolver um povoamento, que talvez tenha sido o primeiro em território brasileiro (existe a mesma reivindicação por parte de Cananeia, litoral sul de São Paulo). Um obelisco e um poço foram construídos na Praia dos Anjos, e estão lá até hoje. A partir daí, a história de Arraial do Cabo é triste.
Começou-se então a exploração do Pau Brasil e o extermínio de índios que foram dizimados. Em 1575 aconteceu a Guerra de Cabo Frio entre portugueses, franceses, ingleses e holandeses. Depois, Arraial do Cabo virou praticamente apenas uma vila de pescadores, até que a implantação da Companhia Nacional de Álcalis trouxe mão de obra ao local e a economia começou a se desenvolver. Emancipou-se de Cabo Frio, de onde era distrito, há quase 30 anos, em 1985.

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Hoje fazem parte de Arraial do Cabo os distritos de Monte Alto, Figueira, Parque das Garças, Sabiá, Pernambuca, Novo Arraial e Caiçara, que beiram a Lagoa de Araruama, onde existem competições de kitesurf, windsurf de Jet ski. As Pontas de Massambaba, da Acaíra e das Coroinhas, são imperdíveis.
A principal fonte de renda é o turismo de veraneio e é considerada a "Capital Brasileira do Mergulho". Em volta de toda a cidade existem mais de 20 pontos para tal prática. Com águas frias e transparentes, tem imensa diversidade de peixes e frutos do mar além de galeões, caravelas e fragatas afundadas por piratas.
Possuindo 35 quilômetros de praias oceânicas e 65% da Lagoa de Araruama, o município tem uma área de 158 km², população de 28.000 habitantes e temperatura média de 25° C. Quem vai a Arraial do Cabo não pode deixar de fazer passeios de veleiros por entre as praias e ilhas. Além, claro, de passeios de moto ou Jipe.
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A gastronomia é outra atração para os turistas. Restaurante para todos os gostos e bolsos estão espalhados pela cidade. Desta vez escolhi o hotel pela cozinha, já que por muitas vezes, acabo por não me alimentar bem em minhas viagens, e fiquei no Caminho do Sol, onde pude experimentar um prato diferente a cada dia.
Arraial do Cabo é um lugar que vale a pena ser visitado e há muitas atividades para toda a família. Mas fique atento, pois fica com 100% de sua capacidade durante o verão.
Existem vôos para Cabo Frio e o aeroporto fica a apenas 7 km de Arraial do Cabo.
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A MOTO
Para essa viagem utilizei a Honda CB 500X, que foi lançada em maio deste ano é o terceiro modelo da Família 500 da Honda, que compartilha 55% dos componentes. Entre eles, chassi, motor, suspensão e freios.
A principal característica desse novo motor de 500 cc é que a potência e o torque estão em uma faixa de giro mais baixa que o antigo 500 da Honda. O motor é em dois cilindros paralelos e a ignição dos pistões é em 180°. Seu posicionamento dentro do chassi em aço do tipo diamond, em que o bloco do motor faz parte da estrutura, visando à centralização das massas, deixa a moto com baixo centro de gravidade e fácil de ser pilotada e manobrada. A potência máxima é de 50,4 cv a 8.500 rpm e o torque é de 4,55 kgf.m a 7.000 rpm.
Ele está muito bem equilibrado e roda deliciosamente macio, parecendo até um 4 cilindros. Talvez seja por causa do sistema balanceiro que está na parte de trás do motor e o deixou mais compacto assim como pelo duplo comando com balancins roletados. O giro também sobe rápido, dando um ar esportivo à moto.
AUTONOMIA DE MAIS DE 500 KM
A baixa emissão de poluentes já atende ao PROMOT 4, que entrará em vigor em 2016. O consumo é de até 30 km/l dando uma autonomia de mais de 500 km, já que o tanque tem capacidade para 17 litros!
O freio é a disco tanto na dianteira quanto na traseira, sendo que são dois pistões na frente e apenas um na traseira.
Sem combustível nem óleos, pesa 180 kg. A versão com ABS, 2 kg a mais.
SUSPENSÃO
Essa versão "X" tem curso 20 mm maior na suspensão traseira, do que em suas irmãs "F" e "R", e 14 mm a mais na dianteira, pois tem mola e cilindro interno maiores. O trail teve um aumento de 6 mm e 1 mm no entre-eixos. O ângulo de cáster é de 26,5° enquanto que na "R" é de 25,5. O sistema é de garfo telescópico na frente e pro-link na traseira.
MANOBRABILIDADE
Em vários lugares por onde estou acostumada a passar, onde o asfalto é ruim e faz o carro ou a moto pularem, eu não sentia nada com a CB 500X. Esse é o tipo de reação que sentimos, somente quando a qualidade da suspensão é boa.
Os pneus são do tipo "street-sport", mas com ranhuras, que permitem pegar estrada de terra batida e também chuva com maior tranquilidade. Vêm montados no aro 17".
Foi preciso habilidade para alcançar o Pontal do Atalaia, já que havia muita lama, mas esta estradeira/aventureira me levou a lugares lindos. No estilo Crossover, o mesmo da NC 700X e da VFR 1200X, apelidei-a de "NCzinha", devido à similaridade. Tem posição de pilotagem confortável e tem a mesa e o guidão mais altos da Família 500. Cheguei a fazer 700 km no mesmo dia, já que passei pelo Rio de Janeiro antes de seguir para São Paulo e cheguei inteira, sem cansaço nem dor.
A altura do banco é de 81 cm. Amarrei minha mala na parte de trás e ela ficou muito bem presa. Para andar na cidade é uma das melhores motos que já vi. Além da excelente manobrabilidade, a buzina é ótima e os retrovisores estão em posição em que não é preciso desviar muito a cabeça para olhar, sendo possível mantê-los em seu campo de visão.
Gostei do painel, que é de cor âmbar. É de fácil leitura mesmo à noite. Falando em noite, O farol alto é fantástico.
No final do tour olhei o painel da moto e vi que havia rodado 1.533 km.
Comprovei também que é uma moto deliciosa. E Arraial do Cabo, um lugar lindo. Quero voltar para fazer os passeios que não foram possíveis, devido às chuvas.
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CONSUMO
Como andei sempre com o giro alto, posso afirmar que ela faz até 30 km/l, inclusive na cidade, já que meu consumo na estrada é sempre maior que na cidade.
A gasolina que coloquei no primeiro abastecimento, provavelmente estava adulterada, pois o consumo posterior a isso foi de 20 km/l, andando na chuva, ou seja, devagar.
A Ipiranga e a V-Power que coloquei nos 2° e 3° abastecimentos tiveram consumos semelhantes, assim como a Grid, já que andei mais rápido após o abastecimento 4.
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Julho de 2014
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