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TESTE
por Suzane Carvalho
2.000 Km COM A HARLEY-DAVIDSON SOFTAIL DELUXE
fotos: Carsten Horst /Hyset
SOFT – suave, agradável. TAIL – cauda, rabo. O nome do modelo define exatamente seu design.
Linhas totalmente arredondadas, sem nenhum ângulo reto, deixando-a simplesmente linda.
Para manter os aficionados fãs e conquistar novos admiradores, a Harley-Davidson tem trabalhado de forma a manter as linhas clássicas de suas motocicletas, sem deixar de embarcar tecnologia de ponta, deixando “escondida” toda a parte eletrônica.
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Peguei a Softail Deluxe e ela estava com 2.672 km. Andei por 2.000 Km em auto-estradas, estradas de terra, e no trânsito do Rio de Janeiro e de São Paulo, no seco e na chuva.
Branca e preta com pneus com faixa branca, além dos cromados que estão até nos para-lamas, por onde ela passa, atrai olhares.
O ronco forte característico de seu motor refrigerado a ar retém os olhares até que ela saia do campo de visão do “espectador”.
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O imenso farol redondo mede quase 18 cm. Além dele, dois faróis adicionais compõem a frente. São super eficientes e ajudam bastante na iluminação. Nunca fui tão vista e respeitada, mesmo de dia! O farol principal acende automaticamente quando se liga a chave de ignição. O cromado que envolve as três luzes serve como “retrovisores extras” ajudando a aumentar o campo de visão.
Falando em retrovisores, eles têm desenho original e são bem eficazes, já que o ângulo de curvatura é grande o suficiente para enxergar tudo o que está atrás.
O escapamento, também cromado, é no estilo “shotgun” (um acima do outro) com silenciadores duplos.
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O banco em concha, as rodas com raios cruzados, e o motorzão V2 de quase 1.600 cc, também cromado, completam o visual atrativo.
O desenho dos bancos acompanha o estilo da moto. O do piloto está a apenas 63 cm do chão.
Como ele é côncavo, não há como escolher muito a posição. Você se encaixará no fundo dele. Mas é possível fazer um pequeno ajuste no guidão para posicionar os braços. A posição do carona é afastada do piloto, e se você for levar alguém para passear, o encosto do banco dele torna-se acessório obrigatório (R$ 1.240,78), até mesmo porque, ele é também um pouco inclinado para trás. Mas se não for levar ninguém, é possível retirá-lo para colocar seu baú.
O bagageiro fica em nível um pouco mais baixo que o banco. Se fosse na mesma altura, seria mais funcional.
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Já montada na moto, gostei muito do painel que fica em cima do tanque de combustível. O velocímetro é redondo e eletrônico, mas analógico e com os números em uma fonte bem clássica e bonita. Espalhadas dentro dele estão as luzes indicadoras do sistema elétrico, ABS, alerta do nível de combustível, bateria, pressão do óleo, sistema de segurança, verificação do motor e da 6ª marcha. Já que tem tantas lâmpadas indicadoras, poderia ter uma também para informar quando os faróis auxiliares estão acesos.
Um pouco mais abaixo, compondo o conjunto da chave geral, estão as luzes indicadoras das setas direcionais, separadas, além das de óleo, ponto neutro e farol alto. A chave tem uma posição chamada “acessórios” que deixa você utilizar as luzes mesmo com a moto desligada. Isso é para alguma situação de emergência. Tem que prestar atenção, pois se o pisca-alerta for ligado antes de você desligar a moto, ele se mantém ligado mesmo com a chave geral desligada. E isso pode fazer com que descarregue a bateria. Aconteceu comigo enquanto fazia as imagens para a TV.
Na parte de baixo do conta-giros, um pequeno campo digital mostra apenas uma informação por página, mas de troca bastante rápida através do polegar esquerdo: odômetro total, parcial 1, parcial 2, autonomia, relógio e marcha com giro do motor. A única troca demorada é exatamente esta última, que é a mais importante. Não entendi porque ficam passando letrinhas de “GEAR/RPM” em vez de mostrar logo a informação.
Em cima do tanque, em simetria com o bocal de abastecimento, tem ainda o mostrador do nível de combustível. Que bom! Assim dá para “ver” quantos litros tem no tanque e escolher como andar e quando parar. Acho-o mais eficiente que o cálculo eletrônico da autonomia.
Da posição de pilotagem, todo o conjunto ótico dianteiro tem um visual muito agradável e é lindo de se ver.
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O conjunto ótico traseiro é bem clássico, com as setas redondas separadas da lanterna.
Os comandos das setas ficam localizados cada um, em um manete, e as setas desligam automaticamente com base na velocidade e ângulo em que a moto está. Com isso, dá para trafegar no corredor sem que elas desliguem.
Os apoios para os pés são imensos e em velocidade de cruzeiro, dá até para mudar a posição da perna.
A buzina é bastante potente. O som está mais buzina de caminhão do que para de “motoboy”.
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A Harley-Davidson dá especial atenção à pintura que tem diversas camadas de tinta e verniz, sendo que a metalizada tem as partículas de metal maiores do que normalmente se usa na mistura. O tanque é polido à mão.
Não é preciso que você coloque a chave no contato para virar o motor. Ela tem um sensor de presença para o motor e o alarme, que é muito cômodo. É só chegar perto com ele no bolso, subir na moto, virar a ignição, dar a partida e ir embora. Mas se você for parar em algum lugar crítico (leia-se: com perigo de levarem sua moto), é aconselhável usar a chave para trancar a ignição e a coluna de direção.
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FALANDO DO MOTOR
É um motorzão de 1.584 cm3, Twin Cam 96B (comando duplo no cabeçote), V2 com 45° entre eles, quatro tempos, refrigerado a ar com injeção eletrônica.
A Harley-Davidson não divulga a potência dos motores de suas motos. Mas como sou curiosa, levei-a para o dinamômetro da oficina do Luiz Cerciari, em São Paulo, e achamos 61.36 cavalos na roda a 5.200 rpm e 69.69 no motor, a 5.300 rpm na velocidade de 136.2 Km/h. Pode parecer pouca potência para um motor de 1.600cc, mas o torque é de 11,3 Kgf a 3.700 rpm. Claro que não estávamos nas condições de medições oficiais, mas sim nas condições que um usuário se encontra normalmente.
O valor do torque divulgado pela fábrica é de 13,8 Kgf.m a 3.500 rpm.
A taxa de compressão é de 9.2:1 e o diâmetro x curso do pistão é 9,53 cm x 11,11 cm.
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Motor grande e pesado tem que ter transmissão e caixa de câmbio do mesmo modo, e dá para sentir isso na troca. São seis marchas e a transmissão primária é feita através de corrente enquanto a final é por correia, que deve ser regulada da mesma forma que uma corrente.
A 6ª marcha, bastante longa (2.79), só mesmo para auto-estrada.
Aqui, todas as relações: 1ª - 9,3 / 2ª -6,4 / 3ª - 4,7 / 4ª - 3,8 / 5ª - 3,3 / 6ª - 2,7.
O óleo da transmissão deve ser verificado tanto quanto o óleo do motor.
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Ela tem um recurso chamado de “Estratégia de Gerenciamento de Temperatura em Ponto Morto” (EITMS) que corta o combustível e a ignição do cilindro traseiro quando em marcha lenta. Mas isso só é possível ativar na concessionária.
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SUSPENSÃO
Os amortecedores traseiros são horizontais e não ficam à mostra, para manter o estilo clássico da moto. Ela é bem macia em retas, mas estabilidade em curvas de alta não é o seu forte. Se você quiser, até dá para endurecer um pouco a carga das molas, mas terá que fazer isso em uma oficina, já que é preciso desmontá-la para tal.
Em estrada de barro batido, não tive nenhum tipo de incômodo, mas quando surgiram os buracos, ondulações e pedras soltas, ela logo mostrou que não é para ser usada nesse tipo de terreno.
A dianteira é forquilha telescópica.
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A Softail Deluxe vem calçada com pneus especiais da Dunlop.
O dianteiro é um pneu “premium touring” que tem uma caixa de três camadas de poliéster e dois cintos de fibra de vidro. Na traseira, pneu “cruiser” que a Dunlop diz ter excelente aderência tanto no seco como no molhado. Andei com ela na chuva e acredito que a segurança que senti tenha sido também devido à grande área de borracha macia em contato com o solo. A recomendação para troca dos pneus é a cada 5.000 Km.
A calibragem recomendada é de 36 na frente e 40 na traseira, mas achei para mim a calibragem de 40/45.
Ambas as rodas são 16”.
Tem freios a disco tanto na dianteira quanto na traseira, sendo 4 pistões na frente e dois na traseira, com ABS de série. Os componentes do freio ficam “escondidos”. Estão dentro do cubo de roda. A fiação de toda a eletrônica também fica camuflada para que somente o design da moto se sobresaia.
O tanque de combustível tem 18,9 litros e na minha mão, o consumo na cidade ficou em 14,5 Km/l e na estrada, em 16,4. Foi a primeira vez que gastei mais combustível na cidade, e isso se deve a relação longa.
Cheguei a uma velocidade de 185 Km/h. Mas acima dos 120, o vento no peito passa a ser muito forte. Acima dos 140, o para-brisas torna-se obrigatório (R$ 1.913,27), a não ser que o piloto costume fazer treinamento na musculatura do pescoço, como eu.
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MEDIDAS
O comprimento total dela é de 2,405 m e a largura, 98 cm. O entre-eixos é de 1,638 m.
A altura total, 1,15 m e a altura do banco, 62,2 com o piloto. A distância mínima do solo é de 12,2 cm.
Pesa 315,3 Kg vazia e 330 em ordem de marcha.
Contando com o peso da moto, pode carregar até 526,2 Kg, sendo 195 na dianteira e 331 na traseira.
São sete opções de cores, e a Softail Deluxe está custando de R$ 43.900 a R$ 44.800,00 dependendo da cor.
No site oficial tem uns vídeos interessantes da montagem das motos na fábrica.
Veja aqui.
Algumas dicas de pilotagem:
- pilotando com os joelhos grudados no tanque faz com que a aerodinâmica melhore muito.
- deixe o acelerador um pouco aberto nas trocas de marcha. Isso fará com o pulo entre elas fique mais macio.
- é aconselhável andar sempre com calças bastante grossas, já que sentamos em cima do cilindro de trás do motor e a perna direita fica bem próxima do tanque de óleo. Essa é uma dica para praticamente todas as motos custom.
CLIQUE AQUI PARA VER A GALERIA DE FOTOS COMPLETA DA DELUXE !
27 de julho de 2011
LEIA AQUI ALGUNS TESTES DE CARROS, MOTOS E CAMINHÕES FEITOS POR SUZANE
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